Colesterol e infarto
- Postado por Dario Santuchi MD,MSc Cardiologista
- Categoria Infarto, Tive um infarto e agora?
- Data 05/10/2016
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O tratamento do colesterol é uma intervenção crucial na prevenção e gestão do infarto do miocárdio. A redução do colesterol LDL (lipoproteína de baixa densidade) é amplamente respaldada por evidências científicas, demonstrando benefícios significativos na mortalidade e na prevenção de eventos cardiovasculares. Estudos mostram que, para cada diminuição de 40 mg/dL nos níveis de LDL-c, há uma redução de 10% na mortalidade por todas as causas. Este efeito se deve, em grande parte, à diminuição de aproximadamente 20% nas mortes causadas por Doença Aterosclerótica Coronariana (DAC).
Para ilustrar, considere um paciente com níveis iniciais de LDL de 200 mg/dL. Ao reduzir esses níveis para a meta ideal de 70 mg/dL, observa-se uma melhora substancial na expectativa de vida do paciente, com um aumento estimado de 30%. É importante ressaltar que essa projeção é particularmente relevante para indivíduos que já sofreram um infarto e estão utilizando redutores de colesterol. A aderência a essas metas não apenas prolonga a vida, mas também melhora a qualidade de vida, reduzindo o risco de novos eventos cardiovasculares.
As diretrizes atuais para pacientes pós-infarto enfatizam metas específicas para os níveis de colesterol. A manutenção do LDL-c em níveis iguais ou inferiores a 50 mg/dL é essencial. Além disso, o colesterol não HDL (que inclui todas as lipoproteínas aterogênicas) deve ser mantido abaixo de 100 mg/dL. Essas metas são fundamentais para minimizar a progressão da aterosclerose e prevenir futuros eventos cardiovasculares.
É crucial que os pacientes e os profissionais de saúde estejam atentos a essas metas e trabalhem juntos para alcançá-las. A utilização de estatinas e outros agentes redutores de colesterol é uma abordagem comum e eficaz. No entanto, a adesão ao tratamento é igualmente importante. Mudanças no estilo de vida, como uma dieta saudável, exercícios regulares e a cessação do tabagismo, também desempenham um papel vital no controle dos níveis de colesterol e na saúde cardiovascular geral.
Em resumo, a redução agressiva dos níveis de LDL-c e a manutenção de metas rigorosas para o colesterol são estratégias comprovadas para melhorar a sobrevida e reduzir a morbidade em pacientes que já sofreram um infarto. A atenção às metas de colesterol deve ser uma prioridade na gestão de saúde desses pacientes, proporcionando benefícios significativos na prevenção de futuras complicações cardiovasculares.
Sua meta após um infarto é :
- Manutenção do LDL-c ≤ 50 mg/dL
- Manutenção do colesterol não HDL ≤100 mg/dL
Tag:Colesterol, Colesterol não hdl, Infarto, LDL
Médico Cardiologista com Mestrado em Ciências da Saúde, Medicina e Biomedicina, Diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia capitulo Espirito Santo biênio 20/21 e atualmente é Diretor do Hospital Linhares Medical Center e Titular da Cardiologia do Hospital Rio Doce em Linhares, Espirito Santo.
CRM-ES 11491 RQE 10191 / 13520.