Aula 5 Bexiga Urinária e Uretra
Os cálices renais, pelve, ureteres, bexiga e parte proximal da uretra são revestidos pelo epitélio de transição (urotélio), que possui a habilidade única de se “desdobrar” ou se expandir quando as vias ou a bexiga urinária tornam-se distendidas. Os ureteres são envolvidos pelo músculo liso distribuído em três camadas, mas a bexiga é envolvida pelo músculo liso que está aleatoriamente misturado em sua orientação, sendo conhecido como músculo detrusor da bexiga. A parte proximal da uretra em
ambos os sexos é revestida pelo epitélio de transição, que, então, é substituído pelo epitélio pseudoestratificado cilíndrico e pelo estratificado pavimentoso quando a uretra se abre no exterior.
A bexiga urinária repousa subperitonealmente atrás da sínfise púbica. A bexiga estoca a urina até que ela seja apropriadamente eliminada (urinação), podendo reter acima de 800 a 1.000 L de urina. A parede posteroinferior interior da bexiga demonstra uma área lisa denominada trígono da bexiga, demarcada pelos dois óstios do ureter superiormente e pelo óstio interno da uretra na base da bexiga.
A micção (evacuação ou urinação) envolve várias etapas importantes:
- Normalmente, as fibras nervosas simpáticas relaxam a parede da bexiga, permitindo a distensão e a constrição do esfincter interno da uretra (músculo liso), localizado no fundo da bexiga (mulheres não possuem este esfincter interno da uretra)
- A micção é iniciada pela estimulação dos receptores de estiramento no músculo detrusor da bexiga, enviando sinais aferentes para os níveis S2-S4 da medula espinal por meio dos nervos esplâncnicos pélvicos
- Os eferentes parassimpáticos (via nervos esplâncnicos pélvicos) induzem uma contração reflexa do músculo detrusor da bexiga, relaxamento do esfíncter interno da uretra masculina e aumento do “desejo” de evacuação
- Quando conveniente (e às vezes não!), os eferentes somáticos, através do nervo pudendo (S2-S4), causam o relaxamento voluntário do esfíncter externo da uretra (em ambos os sexos), e a micção ocorre
- Quando vazia, o esfíncter externo se contrai (nos homens o músculo bulboesponjoso expulsa aquelas últimas poucas gotas de urina da uretra), e novamente o músculo detrusor relaxa sob o controle simpático.
A uretra feminina é curta (3-5 cm), circundada pelo esfíncter da uretra (se mistura com o músculo esquelético denominado esfincter uretrovaginal) e se abre dentro do vestíbulo da vagina. A uretra masculina é mais longa (cerca de 20 cm) e, descritivamente, dividida em três partes:
- Parte prostática: porção proximal da uretra masculina que passa através da próstata
- Parte membranácea: porção média e curta que é envolvida pelo M. esfíncter externo da uretra
- Parte esponjosa: flui através do bulbo do pênis, do corpo do pênis e da glande do pênis, abrindo-se no óstio externo da uretra.
Em ambos os sexos, as glândulas uretrais se abrem na luz da uretra e lubrificam a mucosa uretral.


A incontinência pelo estresse (liberação involuntária de urina) geralmente ocorre com um aumento da pressão intra-abdominal causada pela tosse, espirro, defecação ou levantamento de peso. Normalmente, o mecanismo do esfincter (M. esfíncter da uretra) está fortemente aumentado para impedir que a urina deixe a bexiga. Entretanto, o enfraquecimento do mecanismo de esfíncter da bexiga, vagina e outras estruturas de sustentação do assoalho pélvico podem levar à incontinência pelo estresse; fatores predispostos incluem a multiparidade (nascimento de múltiplas crianças, levando ao estiramento do esfíncter durante o parto vaginal), obesidade, tosse crônica ou levantamento de grande peso.