Asma: Uma Perspectiva Atualizada em 2023
A asma é uma condição respiratória crônica que afeta aproximadamente 300 milhões de pessoas em todo o mundo, conforme dados da Global Initiative for Asthma (GINA) . Anualmente, o GINA divulga suas diretrizes para orientar o tratamento da doença, e a última revisão, de 2023, traz insights importantes para o diagnóstico e manejo da asma.
Três características fundamentais
A asma é caracterizada por três elementos essenciais:
Presença de Sintomas Respiratórios: chiado, tosse, falta de ar e opressão torácica são sintomas comuns.
Variação de Intensidade: Os sintomas podem variar ao longo do tempo, apresentando-se de forma mais intensa em determinados períodos.
Limitação Reversível no Fluxo Aéreo: Esta limitação pode ser documentada de várias maneiras, mas é reversível, especialmente antes do início da terapia com corticoide inalatório.
É importante ressaltar que pacientes já em tratamento podem não apresentar reversibilidade na limitação ao fluxo aéreo e experimentar sintomas mais leves.
Apresentações da Asma
A asma se manifesta em diversos padrões, denominados fenótipos, associados a características demográficas, comportamentais, clínicas e fisiopatológicas distintas. Alguns dos fenótipos mais comuns incluem:
Asma Alérgica: Iniciada na infância, associada a condições como dermatite atópica, rinite alérgica e alergia alimentar. É caracterizada por inflamação do tipo T2 alto.
Asma Não Alérgica: Não está associada a outras doenças alérgicas, podendo apresentar menor inflamação celular ou perfil neutrofílico.
Asma de Início na Vida Adulta: Às vezes, a asma se manifesta em adultos, exigindo doses mais elevadas de corticoide inalatório. Até 16% desses pacientes podem ter remissão total em cinco anos.
Asma com Limitação Persistente do Fluxo Aéreo: Pacientes com asma não controlados por longos períodos podem apresentar limitações devido ao remodelamento persistente das vias aéreas.
Asma Relacionada à Obesidade: Geralmente, associada a inflamação não eosinofílica e resistente ao corticóide inalatório.
Diagnóstico e Suspeitas
O diagnóstico ideal ocorre antes do início da terapia com corticoide inalatório para evitar mascaramento de sintomas. Sintomas como sibilos, dispneia (falta de ar), tosse e opressão torácica, especialmente quando apresentam variações ao longo do dia e pioram à noite, são indicativos.
Fatores como histórico familiar de asma e presença de outras doenças atópicas facilitam o diagnóstico. No entanto, alguns sintomas específicos podem indicar outras condições, como tosse isolada, expectoração abundante (Catarro), dispneia associada a sintomas neurológicos, dor torácica e dispneia causada por exercícios com estridor.
Diagnóstico Diferencial – Pode ser outra doença
O diagnóstico diferencial de asma conforme a idade é crucial para evitar tratamentos excessivos. Asma de início na idade adulta pode levantar suspeitas de asma ocupacional ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Essas condições diferenciadas são desafiadoras, especialmente para os consumidores, destacando a importância da espirometria para confirmação diagnóstica.
Em conclusão, a compreensão dos fenótipos (apresentações) da asma e a abordagem cuidadosa do diagnóstico são cruciais para um tratamento eficaz. A individualização do manejo, baseada nas características específicas de cada paciente, é essencial para melhorar a qualidade de vida e controlar essa condição respiratória crônica de maneira eficaz.
- As informações apresentadas aqui são para fins informativos e educacionais, e não devem ser consideradas como aconselhamento médico. Não substitui a orientação personalizada de profissionais de saúde. Portanto, é fundamental consultar o seu médico para uma avaliação adequada, diagnostico, orientações e tratamento.
Dr. Dário Santuchi
Médico (CRM-ES 11491), Especialista em Clinica Médica e Cardiologia (RQE 10191 / 13520), Mestrado em Ciências da Saúde é Diretor do LMC – Hospital Linhares Medical Center e Titular da Cadeira de Cardiologia do Fundação Beneficente Rio Doce
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