Aula 5 – O Pâncreas e Vesícula Biliar
Pâncreas Exócrino
O pâncreas é um órgão tanto exócrino quanto endócrino . O pâncreas está localizado posteriormente
ao estômago na base da bolsa omental, sendo um órgão retroperitoneal, com exceção da parte distal da cauda, que está em contato com o baço. A cabeça do pâncreas está acomodada dentro de uma curva em forma de C do duodeno, com o seu processo uncinado situado posteriormente aos vasos mesentéricos superiores.
As células acinosas do pâncreas exócrino (um componente da glândula tubuloacinosa) secretam uma variedade de enzimas necessárias para a digestão de proteínas, carboidratos e gorduras.
As células do ducto pancreático secretam um líquido com alto conteúdo de bicarbonato, que neutraliza o ácido que entra no duodeno proveniente do estômago. A secreção pancreática está sob controle nervoso (nervo vago) e hormonal (secretina e CCK), e as secreções exócrinas pancreáticas desembocam primeiramente no ducto pancreático principal, o qual se junta com o ducto colédoco na ampola hepatopancreática.

O câncer de pâncreas é a quinta causa de câncer que leva à morte nos Estados Unidos. A maioria desses cânceres tem origem no pâncreas exócrino, e aproximadamente 60% são encontrados na cabeça do pâncreas (pode causar icterícia obstrutiva). As metástases são comuns.
Vesícula biliar
A vesícula biliar armazena e concentra a bile, a qual é secretada pelos hepatócitos no fígado. A bile, uma vez secretada pelos hepatócitos, faz a seguinte trajetória:
- Passa para os canalículos biliares (capilares biliares)
- Passa dos canalículos para os ductos bilíferos intralobulares
- Passa dos ductos bilíferos intralobulares para os ductos bilíferos interlobulares
- É coletada pelos ductos hepáticos direito e esquerdo
- Entra no ducto hepático comum
- Entra no ducto cístico e é armazenada e concentrada na vesícula biliar
- Sob estimulação (amplamente pelos eferentes vagais e colecistoquinina [CCK]), a bile deixa a vesícula biliar e entra no ducto cístico.
- Passa inferiormente para o ducto colédoco
- Entra na ampola hepatopancreática
- É liberada na parte descendente do duodeno
O fígado produz aproximadamente 900 mL de bile por dia, e, entre as refeições, ela é armazenada na vesícula biliar (capacidade para aproximadamente 30 – 50 mL), onde também é concentrada. Em consequência, a bile que chega ao duodeno é uma mistura da bile mais diluída proveniente diretamente do fígado e da bile concentrada da vesícula biliar. A mucosa da vesícula biliar é especializada para absorver eletrólitos e água, o que permite que a vesícula biliar concentre a bile.

Os cálculos biliares ocorrem em 10% a 20% da população nos países desenvolvidos. Geralmente, são precipitações de colesterol (cristais de mono–hidrato de colesterol, 80%) ou pigmento endurecido (sais de cálcio da bilirrubina, 20%). Os fatores de risco incluem envelhecimento, obesidade, gênero feminino, perda de peso rápido, fatores estrogênicos e estase da vesícula biliar. A pedra pode passar através do sistema de ductos, ficando acumulada na vesícula biliar, ou bloquear os ductos cístico ou colédoco, causando inflamação e obstrução do fluxo da bile.
