Aula 4 – O Fígado
O fígado é o maior órgão sólido no corpo e anatomicamente dividido em quatro lobos:
- Lobo hepático direito (maior lobo)
- Lobo hepático esquerdo
- Lobo quadrado (situado entre a vesícula biliar e o ligamento redondo do fígado)
- Lobo caudado (situado entre a veia cava inferior, o ligamento venoso e a veia porta do fígado)
Funcionalmente, o fígado é dividido em lobos hepáticos direito e esquerdo baseado na sua vascularização, com cada lobo recebendo um ramo principal da artéria hepática, da veia porta, da veia hepática (drena o sangue do fígado para dentro da veia cava inferior) e da drenagem da vesícula biliar.
O fígado é importante porque recebe a drenagem venosa do trato GI, dos seus órgãos acessórios e do baço através da veia porta. O fígado atua em numerosas funções importantes:
- Armazenamento de fontes de energia (glicogênio, gordura, proteína e vitaminas)
- Produção de combustível para as células (glicose, ácidos graxos e cetoácidos)
- Produção de proteínas plasmáticas e fatores de coagulação
- Metabolismo de toxinas e drogas
- Modificação de vários hormônios
- Produção de ácidos biliares
- Excreção de substâncias (bilirrubina)
- Armazenamento de íons e várias vitaminas
- Fagocitose de materiais estranhos que entram na circulação portal a partir do intestino
As células hepáticas recebem o sangue da veia porta (aproximadamente 75%) e da artéria hepática própria (aproximadamente 25%). Os hepatócitos (células hepáticas) estão organizados em cordões de células que são separados uns dos outros pelos sinusoides hepáticos. O sangue se movimenta dos ramos da veia porta e da arteríola hepática através dos sinusoides para a veia central. Essa organização forma os lóbulos hepáticos constituídos de unidades hexagonais de células ao redor da veia central. Na margem do lóbulo, está a tríade portal, formada por um ramo da artéria hepática, um ramo da veia porta do fígado e um ducto bilífero interlobular. Da veia central, o sangue flui para as veias hepáticas e para a veia cava
inferior.
Os sinusoides contêm células fagocíticas (células de Kupffer), que destroem as hemácias danificadas e os antígenos estranhos. A bile é produzida pelos hepatócitos (aproximadamente 900 mL/dia) e drenada pelos ductos bilíferos intralobulares e, depois, por ductos bilíferos maiores (ducto hepático direito e esquerdo). Por último, a bile é coletada pela vesícula biliar, onde ela é armazenada e concentrada.





A cirrose hepática
É predominantemente uma doença irreversível, caracterizada pela fibrose difusa, regeneração nodular do parênquima e alteração da arquitetura hepática. A fibrose progressiva interrompe o fluxo sanguíneo portal (levando à hipertensão portal), começando no nível dos sinusoides e das veias centrais. As causas comuns de cirrose incluem:
• Doença hepática alcoólica (60%-70%)
• Hepatite viral (10%)
• Doenças da vesícula biliar (5%-10%)
• Causas genéticas (5%)
• Outras (10%-15%)

Referências: