O coração e a Doença de Fabry
Saiba mais sobre a Fisiopatologia da Doença de Fabry no Coração
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Sobre a Doença de Fabry
A Doença de Fabry (DF) é uma doença de depósito lisossômico (DDL) ligada ao cromossomo X, causada por mutações no gene GLA, responsável por codificar a enzima alfa-galactosidase A (α-GalA) [1,2]. Esta enzima é fundamental no metabolismo dos glicoesfingolipídeos, especialmente a globotriaosilceramida (Gb3 ou GL3). Na DF, a atividade da α-GalA pode estar reduzida ou ausente, e quando sua atividade é menor que 30%, ocorre acúmulo de Gb3 em diversas células, resultando em danos multissistêmicos [1,2].
Sintomas Cardíacos
- As manifestações sistêmicas da Doença de Fabry clássica frequentemente se iniciam na infância [3].
- Disfunções nos cardiomiócitos e no endotélio ocorrem antes das manifestações clínicas [3].
- A cardiomiopatia geralmente começa a ser notada entre os 20 e 40 anos de idade [3].
- Os sintomas cardíacos podem ocorrer em 60% dos indivíduos com DF [4].
Fisiopatologia
O defeito metabólico da DF é a deficiência da enzima lisossômica α-galactosidase A (α-GAL), que catalisa a clivagem da galactose terminal do GB-3 [5]. Este defeito enzimático leva ao acúmulo de glicoesfingolipídeos não clivados (particularmente GB-3) no plasma e em diversos tecidos e células, incluindo células endoteliais, vasos sanguíneos, cardiomiócitos, células epiteliais dos glomérulos e túbulos renais, células do sistema nervoso autônomo, células da córnea, histiócitos e células do tecido conectivo [6].
Para saber mais sobre a fisiopatologia da DF, leia o estudo “Fisiopatologia do Coração na Doença de Fabry”, elaborado pelo Dr. Otávio Rizzi Coelho-Filho (CRM 109063/SP). Clique aqui para acessar.
Diagnóstico
Para confirmar a suspeita clínica da DF, podem ser realizados os seguintes exames/testes:
- Eletrocardiograma (ECG) [7]
- Biomarcadores [8,9]
- Ecocardiograma [9-11]
- Ressonância Magnética Cardíaca (RMC) [12,13]
Além dos exames, a confirmação também envolve a análise de hemizigotos e heterozigotas, devido aos níveis de α-GAL [14,15].
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Referências Bibliográficas:
- Bernardes, T. P., Foresto, R. D., & Kirsztajn, G. M. Fabry disease: Genetics, pathology, and treatment. Revista da Associação Médica Brasileira, 66, s10–s16 (2020).
- Ortiz, A. et al. Fabry disease revisited: Management and treatment recommendations for adult patients. Molecular Genetics and Metabolism, 123, 416–427 (2018).
- Putko, B. N. et al. Anderson-Fabry cardiomyopathy: prevalence, pathophysiology, diagnosis and treatment. Heart Failure Reviews, 20, 179–191 (2015).
- Hagège A, Réant P, Habib G, et al. Fabry disease in cardiology practice: Literature review and expert point of view. Arch Cardiovasc Dis, 112: 278–87 (2019).
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