Aumento da Resistência Bacteriana: Um Desafio Crescente em Hospitais
No cenário atual dos hospitais, um desafio crescente se destaca: o aumento da resistência bacteriana. Esse fenômeno é impulsionado pela seleção de bactérias resistentes dentro do ambiente hospitalar, um processo intensificado pela exposição prolongada dos pacientes à flora hospitalar diversa. A infectologista Alessandra Santos e a enfermeira Denise Milanês, especialistas no controle de infecções hospitalares, ressaltam a importância da prevenção e do controle rigoroso para combater esse problema.
As bactérias resistentes, que são mais robustas e difíceis de tratar, podem ser selecionadas durante internações prolongadas. Isso exige uma vigilância constante e medidas específicas de controle, incluindo a higienização das mãos e o uso de equipamentos de proteção por parte de médicos, enfermeiros, técnicos e acompanhantes. A prática visa evitar a transmissão cruzada, protegendo pacientes que não estão infectados, mas colonizados por essas bactérias resistentes.
Além disso, o protocolo de recoleta de amostras, que varia conforme o setor e o hospital, é crucial para monitorar a presença de bactérias resistentes. O tempo de internação influencia diretamente na probabilidade de seleção dessas bactérias, com internações de 15 a 30 dias sendo particularmente críticas para a emergência de cepas mais resistentes.
O controle de infecções hospitalares não se limita apenas ao ambiente interno do hospital, mas se estende ao acompanhamento de pacientes após a alta. Por exemplo, infecções relacionadas à cirurgia podem ser consideradas infecções hospitalares até 30 dias após o procedimento, ou até 90 dias em casos envolvendo próteses. Esse acompanhamento é essencial para garantir a detecção precoce de qualquer sinal de infecção, permitindo intervenções rápidas para prevenir complicações.
A prevenção de infecções hospitalares envolve uma série de medidas, incluindo higienização das mãos, adesão a protocolos de controle de infecção e procedimentos de limpeza e esterilização rigorosos. A conscientização e a educação contínua de profissionais da saúde e pacientes são fundamentais para combater a resistência bacteriana e garantir a segurança dos pacientes.