Aula 4 Parte Oral da Faringe, Parte Laríngea da Faringe e Laringe
A faringe é subdividida em três partes:
- Parte nasal da faringe: se localiza posteriormente às cavidades nasais e acima do palato mole (discutido anteriormente)
- Parte oral da faringe: se estende do palato mole até a ponta da epiglote, localizando-se posteriormente à cavidade oral
- Parte laríngea da faringe: se estende da ponta da epiglote até a face inferior da cartilagem cricóidea (frequentemente referida pelos clínicos como “hipofaringe”)
A parte oral da faringe fornece passagem tanto para o ar como para o alimento (solido e líquido), sendo basicamente um tubo fibromuscular revestido com epitélio estratificado pavimentoso para proteger o revestimento interno da abrasão. As paredes musculares da faringe são formadas, em grande parte, pelos três músculos constritores da faringe já mencionados. O anel linfático da faringe (de Waldeyer), composto das tonsilas tubárias, tonsila faríngea, tonsila lingual e tonsilas palatinas, “vigia” as aberturas para a faringe e fornece um importante mecanismo de defesa imunológico, especialmente em crianças e adolescentes.
A laringe se localiza anteriormente à parte laríngea da faringe, próxima ao esôfago, aproximadamente no nível das vértebras C3-C6 e superiormente à traqueia. De forma estrutural, a laringe consiste em nove cartilagens unidas por ligamentos e membranas.
A cavidade da laringe apresenta as seguintes subdivisões:
- Vestíbulo da laringe: se situa entre o ádito da laringe (imediatamente posterior à epiglote) e as pregas vestibulares
- Rima da glote: o espaço ou “fenda” entre as pregas vocais
- Ventrículo da laringe: os recessos que se estendem lateralmente entre as pregas vestibulares e vocais
- Cavidade infraglótica: o espaço abaixo das pregas vocais no nível da cartilagem cricóidea; abaixo da cartilagem cricóidea, a cavidade infraglótica se torna proximal à traqueia.
As pregas vestibulares (cordas vocais falsas) possuem uma função natural de proteção, mas as pregas vocais (cordas vocais verdadeiras) controlam a fonação semelhantemente a um instrumento de palheta. As vibrações das pregas produzem sons quando o ar passa através da rima da glote; o volume do som produzido por essas vibrações é dependente do diâmetro, comprimento e tensão das pregas vocais. O tamanho da rima da glote e a tensão sobre as pregas são determinados pelos músculos laríngeos, mas a amplificação, a ressonância e a qualidade do som é produto da forma e do tamanho da faringe, da cavidade oral, da cavidade nasal, dos seios paranasais e dos movimentos da língua, dos lábios, das bochechas e do palato mole.



A rouquidão pode ser causada por qualquer situação que resulte em uma vibração imprópria ou coaptação das pregas vocais. A laringite aguda é uma inflamação das pregas vocais, que tem como consequência um edema (inchaço) da mucosa da prega vocal; em geral é resultado do ato de fumar, da doença de refluxo gastroesofágico, da rinossinusite crônica, da tosse, do uso exagerado da voz (gritar muito alto, conversar ou cantar por períodos muito longos), do mixedema e de infecções.