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Aula 1 – Endócrino -Introdução

O sistema endócrino, com os sistemas nervoso e imunológico, facilita a comunicação, integração e regulação de diversas funções do corpo. Especificamente, o sistema endócrino atua sobre locais-alvo (células e tecidos), muitos a grandes distâncias dele, através da liberação de hormônios na corrente sanguínea. Comentado de maneira ampla, as glândulas endócrinas e os hormônios participam de diversas funções adicionais:

A secreção é controlada por mecanismos de feedback

  • Os hormônios se ligam a receptores-alvo nas membranas celulares ou dentro das células (citoplasmático ou nuclear)
  • A ação do hormônio pode demorar para aparecer, mas pode ter efeitos duradouros
  • Os hormônios são moléculas quimicamente diversas (aminas, peptídeos e proteínas, esteroides).
FEEDBACKNEGATIVO
FeedBack Positivo.

Os hormônios podem se comunicar através de uma variedade de interações célula-célula, incluindo:

  • Autócrina: sobre outra célula, assim como em si mesma
  • Parácrina: diretamente em uma célula adjacente ou próxima
  • Endócrina: a uma grande distância, através da circulação sanguínea
  • Neurócrina: semelhante a um neurotransmissor, exceto o que é liberado na circulação sanguínea
Comunicação dos Hormônios.

 

Os principais hormônios e os tecidos responsáveis pela sua liberação estão resumidos na tabela a seguir.

Além desses, a placenta libera a gonadotrofina coriônica humana (hCG), estrógenos, progesterona e lactogênio placentário humano (hPL), enquanto outras células liberam uma variedade de fatores de crescimento.

Como é possível perceber, o sistema endócrino é amplo e criticamente importante na regulação das funções corporais.

 

INTRODUÇÃO AO SISTEMA ENDÓCRINO

Prof. MSc. Dario Santuchi
Disciplina: Ciências Morfofuncionais
Tema: O Sistema Endócrino – Comunicação que Transforma o Corpo


📍Objetivos da Aula:

  • Compreender o que é o sistema endócrino e seu papel na homeostase.

  • Identificar os principais hormônios e glândulas envolvidas.

  • Entender os tipos de comunicação hormonal.

  • Reconhecer os mecanismos de feedback e sua importância.

  • Aplicar o conhecimento em contextos clínicos.


🧠 1. Por Que Estudar o Sistema Endócrino?

Imagine que o corpo humano é uma cidade com milhões de habitantes (células). Para que todas essas partes trabalhem em harmonia, é preciso um sistema de comunicação — e é aí que entra o sistema endócrino. Ele é responsável por coordenar funções como:

  • Crescimento

  • Metabolismo

  • Emoções

  • Reprodução

  • Sono e fome

  • Resposta ao estresse


🔬 2. O Que São Hormônios?

Hormônios são mensageiros químicos que viajam pelo sangue até as células-alvo. Eles se ligam a receptores específicos nessas células, desencadeando respostas biológicas.

📌 Classificação por tipo de ação:

 

TipoAtua sobre…
AutócrinaA própria célula que secretou
ParácrinaCélulas vizinhas
EndócrinaCélulas distantes, via sanguínea
NeurócrinaHormônio liberado por neurônios

⚙️ 3. Mecanismos de Controle: Feedback

  • Feedback Negativo: mantém a estabilidade (ex: regulação do T3/T4).

  • Feedback Positivo: amplifica processos até sua conclusão (ex: pico de LH e ovulação).


🧬 4. Quais São os Tipos de Hormônios?

 

Tipo QuímicoExemplosCaracterísticas principais
AminasAdrenalina, melatoninaDerivados de aminoácidos
PeptídicosInsulina, ADHCadeias curtas de aminoácidos
ProteicosGH, prolactinaCadenas longas, não atravessam membranas celulares
EsteroidesCortisol, estrógeno, testosteronaLipossolúveis, atuam dentro da célula

🧩 5. Principais Glândulas e Hormônios

 

GlândulaHormônio(s)Função
HipotálamoTRH, CRH, GnRHComando central, regula a hipófise
HipófiseGH, TSH, LH, FSH, PRL, ACTH, ADHRegula outras glândulas, crescimento, lactação etc.
TireoideT3, T4, calcitoninaMetabolismo e cálcio
ParatireoidesPTHCálcio no sangue
SuprarrenaisCortisol, aldosterona, adrenalinaEstresse, sal, pressão
PâncreasInsulina, glucagonGlicemia
GônadasEstrógeno, testosteronaReprodução

🩺 6. Aplicação Clínica: Casos Reais

Caso 1 – Diabetes Tipo 2:
Paciente com poliúria, sede excessiva e cansaço. Alterações nos níveis de insulina e resistência periférica. Reforça a importância da regulação da glicose.

Caso 2 – Hipotireoidismo:
Paciente com fadiga, ganho de peso e bradicardia. Exames mostram TSH elevado e T4 baixo. Mostra o controle por feedback negativo.

Caso 3 – Hipertireoidismo:
Paciente com perda de peso, taquicardia e exoftalmia. TSH baixo, T4/T3 altos. Mostra o impacto da tireoide no metabolismo e humor.


🧠 Resumo de Revisão

  • O sistema endócrino é uma rede de glândulas que liberam hormônios.

  • Os hormônios atuam a distância, controlando funções essenciais.

  • A ação hormonal depende de receptores específicos.

  • Feedback negativo mantém o equilíbrio; o positivo intensifica processos.

  • Alterações hormonais causam distúrbios importantes.


📚 Estudo Dirigido – Questões para Fixação

  1. O que diferencia a comunicação hormonal da neural?

  2. Dê exemplos de ações autócrinas, parácrinas e endócrinas.

  3. Como o corpo regula a secreção de T3 e T4?

  4. Quais hormônios são secretados pela adeno-hipófise?

  5. Qual a diferença entre hormônios lipossolúveis e hidrossolúveis?


🔎 Para se aprofundar:

  • Leitura complementar: Guyton e Hall – Tratado de Fisiologia Médica
  • Prática sugerida: Revisar exames laboratoriais de casos clínicos e correlacionar com a fisiologia hormonal envolvida.

 

🔎 Referências:

  • MOORE, Keith L.; DALLEY, Arthur F.; AGUR, Anne M. R. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
  • DRAKE, Richard L.; VOGL, Wayne; MITCHELL, Adam W. M. Gray’s Anatomia para Estudantes. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
  • GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Tratado de Fisiologia Médica. 14. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2021.
  • NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019.
  • TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan H. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 15. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017.

-Médico Especialista em Clínica Médica e Cardiologia com Mestrado em Ciências da Saúde - Medicina & Biomedicina
- Professor Universitário - Cadeira de Ciências Morfofuncionais aplicadas à Clínica na Universidade Anhanguera e UVV. - Diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia capitulo Espirito Santo 20/21. Membro da Equipe de Cardiologia do Hospital Rio Doce, Hospital Unimed Norte Capixaba e Hospital Linhares Medical center. CRM-ES 11491 RQE 10191 - RQE 13520

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